Eduardo Spohr
Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida (livro 1)
Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida (livro 1)
Editora: Verus
Rio de Janeiro, 2011 - 473
páginas
Idioma original: Português
Atualmente, com o aumento de
procura dos jovens por livro, a produção de livros aventura/fantasia
tem crescido bastante, dando a oportunidade de novos escritores aparecerem e
mostrarem a sua obra. Apesar de não ser comum na literatura brasileira esse
tipo de leitura, estão surgindo uma nova geração de escritores que estão
conseguindo obter sucesso nessa área e um deles é Eduardo Spohr.
Fugindo um pouco da febre das
histórias de vampiros e lobisomens que esta assolando o universo literário na
atualidade, Spohr resolve escrever sobre o universo dos anjos. Filhos do Éden é
uma saga que conta a história que precede o seu primeiro livro “A Batalha do
Apocalipse”. Neste primeiro livro da saga a história gira em torno da
misteriosa Atlântida, pois esta é uma peça importante para o desenrolar da
batalha entre os anjos.
A história começa com Levih e
Urakin procurando por dois anjos desaparecidos, eles tem a missão de
encontrá-los, se preciso resgatá-los e ajudá-los a terminar a missão que lhes
foi cabida. Entre perseguições e fugas, Denyel, um anjo exilado acaba entrando
ao grupo e mesmo relutante no inicio, torna-se uma peça importante para o
desenrolar da missão desses anjos.
O universo que Spohr criou é
muito bem definido e explicado. Durante a história ele vai nos integrando ao
mundo dos anjos, explicando como funciona os sete céus, em quantas castas os
anjos se dividem e quais as suas características, a diferença entre anjos,
demônios e fantasmas e principalmente a razão da guerra entre os anjos.
O que mais me prende nesse livro
é a explicação da origem da vida, de quem é Deus, ou no caso Yahweh, a
explicação das catástrofes bíblicas, a inveja que os anjos tem dos humanos, a
história de como alguns anjos acabaram simpatizando com os humanos e se
rebelaram contra o príncipe dos anjos e seu exercito, Spohr conseguiu até
explicar de uma maneira plausível como pode coexistir os deuses das religiões
politeístas e o Deus cristão que criou o universo, ou seja, o que mais prende o
leitor ao livro não é a trama que esta se desenrolando com os personagens
principais e sim o universo em que a história foi criada.
Entretanto algumas passagens me
incomodaram um pouco. No começo do livro parecia que Spohr iria cometer o mesmo
erro do seu primeiro livro. Em “A Batalha do Apocalipse”, Spohr faz descrições
e explicações desnecessárias, como explicar a sentimento que o personagem esta
expressando no momento, quando fica claro pela personalidade que ele vem
demonstrando até então e a forma como ele falou, tornando assim a descrição
redundante. Esse “erro” é típico de quem esta começando a escrever e com medo
de o leitor não entender o que quis dizer, acaba reescrevendo uma coisa que
dava para interpretar. No primeiro livro de “Filhos do Éden” parecia que Spohr
iria cometer o mesmo erro, mas da 60ª pagina em diante, essa redundância já não
se apresenta no enredo o que fez com que me envolvesse ainda mais com o livro.
Meu maior medo em ler a
continuação deste livro é ver como o autor vai lidar com a personagem Kaira,
pois no livro em questão, apesar de ser um anjo, ela ficou bastante humanizada,
mas era justificável esse seu comportamento, entretanto para o próximo não se
justificaria mais suas reações emotivas e intempestivas, seu comportamento tem
que ser mais compatíveis com as dos anjos e mais especificamente as
características de sua casta.
Para quem gosta desse estilo de
leitura eu recomendo o livro. Ele é bem escrito, as batalhas bem descritas, a
história e os personagens bem desenvolvidos. Sem contar que como amante de boas
histórias de aventura/fantasia, é sempre bom ver um escritor brasileiro se
dando bem ao produzir esse tipo de obra. Eduardo Spohr entra junto com André
Vianco no Hal dos poucos brasileiros que tiveram sucesso com esse tipo de
literatura e com certeza estarei lendo sempre que possível outras obras dele.
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