quinta-feira, 16 de maio de 2013

Resenha - Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida (livro 1)



Eduardo Spohr
Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida (livro 1)
Editora: Verus
Rio de Janeiro, 2011 - 473 páginas
Idioma original: Português

Atualmente, com o aumento de procura dos jovens por livro, a produção de livros aventura/fantasia tem crescido bastante, dando a oportunidade de novos escritores aparecerem e mostrarem a sua obra. Apesar de não ser comum na literatura brasileira esse tipo de leitura, estão surgindo uma nova geração de escritores que estão conseguindo obter sucesso nessa área e um deles é Eduardo Spohr.
Fugindo um pouco da febre das histórias de vampiros e lobisomens que esta assolando o universo literário na atualidade, Spohr resolve escrever sobre o universo dos anjos. Filhos do Éden é uma saga que conta a história que precede o seu primeiro livro “A Batalha do Apocalipse”. Neste primeiro livro da saga a história gira em torno da misteriosa Atlântida, pois esta é uma peça importante para o desenrolar da batalha entre os anjos.
A história começa com Levih e Urakin procurando por dois anjos desaparecidos, eles tem a missão de encontrá-los, se preciso resgatá-los e ajudá-los a terminar a missão que lhes foi cabida. Entre perseguições e fugas, Denyel, um anjo exilado acaba entrando ao grupo e mesmo relutante no inicio, torna-se uma peça importante para o desenrolar da missão desses anjos.
O universo que Spohr criou é muito bem definido e explicado. Durante a história ele vai nos integrando ao mundo dos anjos, explicando como funciona os sete céus, em quantas castas os anjos se dividem e quais as suas características, a diferença entre anjos, demônios e fantasmas e principalmente a razão da guerra entre os anjos.
O que mais me prende nesse livro é a explicação da origem da vida, de quem é Deus, ou no caso Yahweh, a explicação das catástrofes bíblicas, a inveja que os anjos tem dos humanos, a história de como alguns anjos acabaram simpatizando com os humanos e se rebelaram contra o príncipe dos anjos e seu exercito, Spohr conseguiu até explicar de uma maneira plausível como pode coexistir os deuses das religiões politeístas e o Deus cristão que criou o universo, ou seja, o que mais prende o leitor ao livro não é a trama que esta se desenrolando com os personagens principais e sim o universo em que a história foi criada.
Entretanto algumas passagens me incomodaram um pouco. No começo do livro parecia que Spohr iria cometer o mesmo erro do seu primeiro livro. Em “A Batalha do Apocalipse”, Spohr faz descrições e explicações desnecessárias, como explicar a sentimento que o personagem esta expressando no momento, quando fica claro pela personalidade que ele vem demonstrando até então e a forma como ele falou, tornando assim a descrição redundante. Esse “erro” é típico de quem esta começando a escrever e com medo de o leitor não entender o que quis dizer, acaba reescrevendo uma coisa que dava para interpretar. No primeiro livro de “Filhos do Éden” parecia que Spohr iria cometer o mesmo erro, mas da 60ª pagina em diante, essa redundância já não se apresenta no enredo o que fez com que me envolvesse ainda mais com o livro.
Meu maior medo em ler a continuação deste livro é ver como o autor vai lidar com a personagem Kaira, pois no livro em questão, apesar de ser um anjo, ela ficou bastante humanizada, mas era justificável esse seu comportamento, entretanto para o próximo não se justificaria mais suas reações emotivas e intempestivas, seu comportamento tem que ser mais compatíveis com as dos anjos e mais especificamente as características de sua casta.
Para quem gosta desse estilo de leitura eu recomendo o livro. Ele é bem escrito, as batalhas bem descritas, a história e os personagens bem desenvolvidos. Sem contar que como amante de boas histórias de aventura/fantasia, é sempre bom ver um escritor brasileiro se dando bem ao produzir esse tipo de obra. Eduardo Spohr entra junto com André Vianco no Hal dos poucos brasileiros que tiveram sucesso com esse tipo de literatura e com certeza estarei lendo sempre que possível outras obras dele.

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