Acho engraçado esse pessoal do
ônibus, a ideia de preferência e de solidariedade deles é bem distorcia para
favorecer a sua situação. Todos aqui sabem que a preferência dos assentos é dos
idosos, gestantes, deficientes físicos e pessoas com grandes e pesadas sacolas
(esse ultimo por questão de consciência e bom senso), entretanto o povo
brasileiro sempre arranja um argumento para a sua defesa, como falar que
existem assentos preferências para esse grupo seleto de pessoas e se já estão
ocupadas, eles não podem fazer nada.
Olha aquela situação, uma mulher,
beirando seus 45 anos, com sacolas de supermercado suficientes para alimentar dois
filhos mais o marido por duas semanas, em pé, com 6 sacolas numa mão e duas na
outra que também segura a barra de ferro para tentar mantê-la em equilíbrio, ao
lado dessa pobre pessoa esta uma estudante, com aproximadamente 15 anos,
sentada, apenas com uma mochila no colo e conversando com sua colega. O que
custaria a menina dar o seu lugar para a senhora que esta carregando muito
peso? Aposto que ao sentar a senhora iria se oferecer para carregar a mochila
da estudante como agradecimento. Só não dou o meu lugar porque também estou com
muita carga, minha mochila esta com pelo menos 3 livros grossos, um caderno, notebook,
agenda, roupa... sem contar que tenho que terminar de ler esse livro até depois
de amanhã e o único tempo que tenho para lê-lo é no ônibus.
Ou então aquilo, uma senhora de
uns 70 anos tentando se sustentar em pé no sacolejar do ônibus porque todos que
estão ao lado dela estão dormindo ou falando no celular olhando para paisagem
da janela como se ainda não tivesse visto a senhora ao seu lado. Tenho certeza
que não tinha ninguém dormindo antes dela entrar. Esse jeitinho brasileiro me
irrita. Se ela não tivesse tão longe e o ônibus tão lotado ia chamá-la para
sentar no meu lugar, mas nesse amontoado de gente a frágil senhora deve fazer
um esforço muito grande para chegar até aqui, melhor que ela fique por lá
mesmo. A qualquer instante alguém pede parada e ela vai poder sentar.
E aquela mulher. Qual o problema
dela colocar seu filho que deve ter uns 7 / 8 anos no seu colo para poder vagar
mais um assento? Garanto que não iria atrapalhar o jogo que o menino está
jogando no celular. Como tem gente sem noção no mundo. Se minha prima fosse um
pouco mais nova eu colocá-la-ia no meu colo e daria o lugar para uma dessas
pessoas cansadas voltando para casa depois de uma rotina dura de trabalho, mas hoje
em dia uma criança de 11 anos não é mais criança né?!
Olha! Parece que vai entrar um
cadeirante. Agora eu quero ver como esse povo vai se comportar, fingir que
estão dormindo é que não vão, eles são curiosos demais para isso, mas duvido
alguém se levantar para ajudar o rapaz a subir no ônibus. Aquele rapaz por
exemplo, provavelmente ele vai ficar olhando todo o processo sem ajudar porque
deve ser a primeira vez que ele vê essa situação e quer saber como funciona o
elevador feito especialmente para os cadeirantes entrarem nos ônibus. As
mulheres vão ficar olhando para o deficiente físico e para os homens que estão
dentro do ônibus com olhar de suplica, para ver se alguém se compadece e ajuda
o pobre rapaz, entretanto não vão falar nem fazer nada. E o motorista e o
cobrador? Nem se mexem, acho que para eles parar para os cadeirantes já é mais
do que um favor que eles fazem. Sério mesmo que ninguém vai se mexer para
ajudar? Vão ficar só olhando a batalha do homem para encaixar a cadeira no
elevador? Tudo bem que eu já esperava, mas sempre acho que vai aparecer um
salvador. Ah, ufa! O salvador apareceu. Mas fala sério, se depender dessa
sociedade estamos ferrados. Deveria existir mais gente como eu que se preocupa
com o próximo. Agora posso voltar a ler meu livro em paz.
a verdade nua e crua.
ResponderExcluirNão seria "assento"?
ResponderExcluirMesmo assim, o texto é verdade.
E como foi que eu escrevi?? Lê direito Monta...rsrsrsr
ResponderExcluirBrincando. Valeu pelo toque!