Stephen Chbosky
As Vantagens de Der Invisível
Editora: Rocco
Rio de Janeiro, 2007 - 224 páginas
Idioma original: Inglês
Tradutor: Ryta Vinagre
Depois de assistir o filme do
mesmo nome, fiquei com um desejo imenso de ler este livro, pois esperava, como
segue a regra, que o livro fosse mais profundo e melhor narrado do que o filme,
entretanto, mesmo raro, encontrei a exceção a regra.
O livro conta a história de
Charlie, um garoto de 15 anos, retraído, extremamente tímido, inteligente,
porém muito inocente em relação a vida e ao convívio social. Logo de cara
percebe-se que ele teve algum problema psicológico no passado, pois embora
calmo, vira e mexe ele comenta sobre o que o incomoda e com medo explodir num
surto, começa a chorar.
Ele começa a se socializar melhor
com as outras pessoas (fora a sua família) quando conhece Patrick e sua irmã
Sam que vêem no novo amigo uma pessoa pura e inocente e acabam o “adotando” e
apresentando-o ao seu grupo de amigos. Charlie por sua vez começa a entrar numa
nova fase da vida e a sentir novos sentimentos e emoções, muitas vezes não
sabendo reagir em certas situações.
É exatamente neste ponto em que o
livro se diferencia do filme. Embora no filme essa inocência de Charlie seja
bem marcante, ela não passa do limite do irreal como acontece no livro, ou pelo
menos disfarça com mais sutileza. Existem situações em que fica difícil
acreditar que o protagonista é um garoto de 15 anos com uma inocência maior que
o comum para garotos nesta idade, tem horas que ele reage como se fosse um
garoto inocente de 11 anos ou um garoto de 15 anos com algum retardo mental.
Outra coisa que me incomodou um
pouco foi a estrutura em que o livro foi escrito, como se cada capitulo fosse
uma carta que o protagonista estivesse enviando para alguém. Cada vez mais me
convenço o quanto é difícil escrever um livro bom neste estilo, este ano já li
três nesta estrutura e só o que me agradou foi “Precisamos falar sobre Kevin”.
Acho que essa estrutura não deixa a história fluir como deveria e também muitas
vezes acontece de o escritor se perder quando escreve um livro inteiro na
primeira pessoa, ora escreve com uma linguagem popular, no caso, como se fosse
um garoto de 15 anos escrevendo e ora escreve numa linguagem mais rebuscada o
que contradiz com a proposta do livro.
Entretanto a essência da história
continua sendo muito boa e profunda, abordando vários temas como a
homossexualidade, o abuso sexual infantil, os transtornos e traumas que uma
pessoa pode desenvolver sobre uma coisa que aconteceu na sua infância, a
relação família e o confuso mundo de escolhas e decisões dos adolescentes que
estão ingressando na fase adulta. Sem contar as ótimas referencias musicais e
literárias que estão presentes no livro do começo ao fim.
Para aqueles que fazem questão de
ler o livro, eu recomendo, garanto que não vão desperdiçar o tempo de vocês,
mas para aqueles que não fazem tanta questão recomendo que assistam só ao filme
(esse é o tipo de filme que a pessoa tem que assistir pelo menos uma vez na
vida), pois acho que a mensagem esta melhor elaborada nele.
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