segunda-feira, 4 de março de 2013

Resenha - Swing: A vida real de uma praticante de troca de casais

Belle
Swing – A vida real de uma praticante de troca de casais
Matrix Editora
São Paulo, 2007 - 139 páginas
Idioma original: Português

Com a popularização do livro “50 Tons de Cinza” cada vez mais pessoas tem se interessado em ler esse tipo de literatura erótica. Entretanto o livro “Swing – a vida real de uma praticante de troca de casais” se destoa dos livros modinha que tem sido lançado ultimamente. Não sei por que as pessoas têm o costume de associar conteúdo erótico com sadomasoquismo, o que felizmente não é verdade e esse livro mostra que o erótico pode ser praticado sem as tapas, amarras, chicotes, couros e submissão que os livros do estilo da atualidade têm tentado vender.
“Swing – a vida real de uma praticante de troca de casais” é um livro autobiográfico escrito por uma mulher que se auto-intitula Belle, em homenagem ao filme francês Belle de Jour que conta a história de uma burguesa casada com um médico que as tardes ela vai trabalhar num bordel. O livro nada mais é do que o relato das suas próprias experiências sexual com seu parceiro chamado Leo (nome fictício).
A história começa com a batalha de Leo para conquistar o afeto de Belle até eles passarem a namorar, o que surpreende de uma maneira positiva, pois enquanto todos pensavam que iriam ler mais um livro que só falava de putaria, logo de cara se depara com um capitulo inteiro do momento da conquista entre o casal. A autora ainda foi inteligente em colocar trechos picantes de pegação entre eles no meio dessa narrativa pré-namoro, e assim conseguiu prender o leitor que queria ver mesmo o lado erótico do livro.
Depois desse começo diferenciado, Belle começa a contar suas experiências nas casas de troca de casais de São Paulo. Como foi a primeira vez que ela frequentou uma casa dessas com Leo, a primeira vez que fez sexo com mais de uma pessoa, a primeira vez que tem uma experiência lesbica, a primeira vez que fez anal com Leo...enfim, a partir do 2º capitulo até o final é uma sucessão de primeiras vezes.
A autora deixa sempre claro no livro que a intenção dela não é defender nem tentar fazer com que outras pessoas frequentem essas boates de troca de casais, ela quer apenas dividir com outras pessoas as suas experiências e tentar desmistificar alguns pré conceitos que existem sobre essa prática. No caso dela essa pratica fortalece a união do casal, mas isso não significa que acontecerá com outras pessoas, afinal cada um reage de uma forma diferente.
Um artifício que a autora tentou fazer até o final do livro, mas que na minha opinião não conseguiu, foi mostrar que no meio de tanto sexo não convencional tinha também o carinho, amor e ternura entre o casal. No começo isso funcionou perfeitamente, provavelmente por ainda estar bem recente a descrição do começo da história de amor deles, mas depois de um bom tempo só lendo sobre experiências sexuais de Belle, esse momento cândido nem passava mais na cabeça do leitor e apesar dela ficar o tempo todo falando da relação de amor, carinho e respeito deles, não foi possível manter o mesmo sentimento que existia no começo.
Dentre os livros do estilo que eu já li, esse foi um dos que mais gostei, entraria logo após “Luxúria - A Casa dos Budas Ditosos” e “A Garota que Só Pensava Naquilo”. Os pontos positivos do livro são: não ter submissão e sadomasoquismo no meio, a escrita ser bem excitante e o fato de ser uma história real deixou as cenas muito mais picantes do que seriam caso fosse uma história fictícia onde costumam exagerar muito nas descrições dos atos sexuais. Para quem gosta do estilo e para quem quer experimentar algo novo, recomendo!

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