segunda-feira, 25 de março de 2013

Resenha - Marley e eu



John Grogan
Marley e eu: a vida e o amor ao lado do pior cão do mundo
Prestígio Editorial
São Paulo, 2006 - 304 páginas
Idioma original: Inglês
Tradutor: Thereza Christina Rocque da Motta; Elvira Serapicos

Todos sonham em ter um amigo leal e amoroso que esteja sempre ao seu lado, alguém que brinque com você quando estiver alegre, te console nos momentos triste, ou que te proteja quando estiver em perigo e principalmente que lhe entregue o coração incondicionalmente, sem exigir nada em troca. Muitas pessoas encontram esse ser no seu cachorro, o animal domestico considerado o melhor amigo do homem e no livro “Marley e eu” Marley é esse ser que tanto esperamos em nossas vidas.
O livro conta a história de um jovem casal de jornalistas começando uma vida a dois com seus planos, sonhos de carreia e desejo de começar uma família. Tudo começa quando a Jeny deixa a planta que seu marido, John, deu a ela morrer de tanto aguar, frustrada ela fica preocupada com o futuro afinal como alguém que não consegue manter uma planta viva pode cuidar de uma criança? E daí vem a idéia de comprar um cachorro e assim começa a aventura de uma nova família.
Marley é um típico labrador, brincalhão, carismático, carinhosos, alegre, amigável, o tipo de cachorro que se faz ser notado o tempo todo, mas junto com todo esse carisma vem o seu jeito estabanado, afobado, sua dificuldade de atender comandos e sua energia inesgotável e é esse cachorro que protagoniza a história de vida desta família que esta se formando.
A história da família Grogan é contada desda compra de sua primeira casa até o nascimento dos três filhos e quem estava ao lado deles em todos os momentos é Marley. Apesar de não gostar muito de cachorro, o autor me fez ver de uma maneira bem clara e sincera o amor que eles tinham por esse cão, mesmo ele sendo o “pior cão de todos”. O carisma que Marley exalava era notável e o carinho que a familia tinha por ele é algo difícil de encontrar hoje em dia, a maioria das pessoas costumam dar ou largar o seu animal de estimação quando eles começam a dar mais problemas do que alegria.
O amor entre o cão e seus donos era tão visível que é impossível não se tocar com a descrição de seu envelhecimento. Este momento pré-morte é mais duro e tocante do que o próprio adeus final, é difícil ver alguém que tinha tanta vida e energia ir minguando de pouco em pouco, adquirindo doenças atrás de doenças sem poder fazer nada, mas infelizmente isso é um estagio da vida da qual não se pode fugir.
Sem contar que o livro dá uma direção aqueles que querem começar a criar um cachorro, principalmente se esse cão for um labrador. Mostra a necessidade de pesquisar sobre a raça antes de comprar, os cuidados que tem que ter quando o cachorro é filhote e quando ele vai ficando velho, o momento certo de adestrar...
Recomendo a leitura desse simples e tocante livro, ele vai lhe dar um lição de solidariedade, amor, companheirismo... de vida. Você vai ficar com vontade de ter um filhote para poder viver todos os sentimentos e aventuras com ele, até eu que não gosto de cachorro tive vontade.

sexta-feira, 22 de março de 2013

GERAÇÃO "LOCADORA DE VÍDEO"



Para mim uma locadora de vídeo é o ambiente mais aconchegante do mundo, quer dizer, o segundo mais aconchegante, pois o primeiro é o meu quarto que mantenho como um templo da ociosidade, criatividade e preguiça. Sinto-me em casa numa locadora, uma casa aberta ao público que gostam de um mesmo tema – filmes –, uma casa onde podemos conhecer gente nova, conversar, discutir, aprender, descobrir novos gêneros, atores, diretores, filmes. Não há nada como discutir sobre cinema e não há lugar mais propício para executar esse hobbie do que numa locadora de vídeo.
Lembro-me, quando criança, morando na esquina da R. Farani com a Jornalista Orlando Dantas, sempre que ficava em casa sem nada para fazer, pegava uns trocados no compartimento secreto onde juntava algum dinheiro para eventuais emergências – como comprar figurinhas, um mangá novo ou picolés nos dias muito quentes – e ia para rua a caminho da locadora, ou melhor, das locadoras, pois na época existia uma locadora de vídeo em cada esquina, só no quarteirão que morava existiam umas três e eu era sócio em umas cinco pela vizinhança.
Como não soltar um sorrido ao lembrar dos dias frios e chuvosos em Piratininga em que ia para a locadora com meu pai e minhas irmãs. Chegando lá começava a batalha, eu queria assistir aventura/fantasia, minha irmã mais velha comédia romântica e minha irmã caçula filmes infantis ou das irmãs Olsen, a disputa era tão intensa que para satisfazer a todos meu pai sempre levava 3 filmes, as vezes 4 já que ele também tem o direito de escolher.
Vivi vários momentos memoráveis numa locadora, como por exemplo, o dia em que fui a locadora mais perto de casa e depois de uns 35 minutos rodando a locadora o único funcionário que estava presente veio oferecer auxilio.
- Poderia te ajudar? – disse com simpatia o jovem funcionário, ele deveria ter uns 18 anos, estava de chinelo, calça jeans e uma camisa de uma banda de rock, tinha um rosto de nerd com óculos e a barba por fazer, provavelmente devia ser o filho do dono, ou algum familiar.
- Não sei se daria para me ajudar. – eu disse sem tirar os olhos das prateleiras de filme de terror.
- Esta procurando por algum filme específico?
- Não exatamente. – ainda concentrado na minha busca.
Ele ficou lá do meu lado pacientemente, esperando que eu desistisse da minha implacável busca e deixa-se o orgulho de lado para aceitar a ajuda dele. Eu incomodado com a presença dele do meu lado resolvi ceder, mesmo tendo a certeza que ele não poderia me ajudar. Entenda, não estava duvidando da capacidade dele, o problema é que estava procurando filmes baseados em obras de um escritor específico, Stephen King, e ele não tinha a obrigação de conhecer esse escritor, até porque na minha cabeça ele era um escritor super alternativo que ninguém conhecia (pelo menos nenhum dos meus amigos).
- Então... realmente não sei se você vai poder me ajudar, porque não estou procurando um filme específico, nem um ator determinado, nem sei que tipo de filmes são. – ele me olhava calmamente esperando que eu começasse a falar algo que prestasse – talvez nem tenha esses filmes aqui. – ainda esperando – Talvez você não conheça porque não sei o nome dos diretores, nem nada relacionado aos filmes. – alguns segundos de silêncio – Droga, deveria ter feito uma pesquisa antes de vir pra cá.
- Me diga quais dados você tem. Deve ter alguma referencia para você procurar.
- Então...tenho lido alguns livros de um determinado escritor e tenho gostado muito e ontem passou na televisão um filme baseado na obra dele e fiquei curioso em saber se existem outros filmes baseados na obra dele, mas talvez você não conheça...
- Você esta procurando filmes baseados nas obras de Stephen King? – disse o funcionário já procurando na prateleira alguns filmes.
- É...c-como você sabe? – disse espantado por ele conhecer esse escritor que para o conhecimento literário de um garoto de 12 anos ninguém deveria conhecer este autor.
- Eu vi “O Apanhador de Sonhos” que passou ontem na televisão e também gosto muito das obras dele. – disse já tirando dois filmes da prateleira e continuando a sua busca – quais livros você já leu dele?
E a partir daí, passava nessa locadora pelo menos uma vez por semana para conversar com ele sobre as obras literárias e as adaptações dos filmes de Stephen King, hoje devo a minha paixão pelo mestre do terror a esse meu amigo da locadora. Além dessa existem outras histórias onde conheci novas pessoas – cheguei até a ficar com uma menina mais velha do que eu, o que na época era uma raridade entre os meninos de 12/13 anos e um grande motivo para se gabar entre os amigos –, ou conhecia e aprendia um pouco mais sobre um novo diretor, até mesmo “ganhei” alguns filmes que alugava praticamente toda a semana (ganhei = comprei a um preço de balela).
Enfim, foram muitas as histórias que vivi neste ambiente cultural, mas hoje me bate uma tristeza ao ver que onde existiam 6 locadoras para visitar, agora só existe uma que fica a 25 minutos de caminhada de casa, e mesmo assim esta que ainda resistiu está vendendo os DVD repetidos, dando os pôsteres antigos – ganhei vários – e lutando até as últimas para sobreviver.
Antes as conversas que eram alegres, descontraídas e completamente culturais, se tornaram uma conversa triste, nostálgicas e/ou amarga. Amarga quando falamos sobre a pirataria e a facilidade com que as pessoas baixam filmes na internet, hoje em dia existe um grande grupo que não vai mais para o cinema, pois assim que o filme é lançado já existe arquivos para baixá-los na internet, muitas vezes você os encontra antes mesmo da estréia no Brasil. Mesmo assim a empresa cinematográfica ainda consegue sobreviver, pois tem gente que ainda não consegue trocar a magnitude e magia do cinema por um filme assistido no computador de casa, mas e as locadoras? Quem vai deixar de baixar filme de graça na internet para poder gastar dinheiro alugando um filme e ainda tendo perigo de pagar multa por atraso na devolução? Dá para entender perfeitamente o fim das locadoras, mas não concordo. Não mesmo!
Nunca pensei que aos 23 anos de idade estaria falando que nem o meu pai e os meus avós sobre o quanto foi melhor a geração deles, é meio estranho pensar em você como pertencente de uma geração passada, uma geração que se vestia diferente, falava diferente, gostava de coisas diferente, mas tenho orgulho de falar que fiz parte da geração “locadora de vídeo” e falo com pleno saudosismo desta época que não voltará, dá época que tínhamos que sair a rua para fazer qualquer coisa, o que fazia com que você conhecesse gente estranha nas ruas, vivenciasse experiências inusitadas e vivesse mais plenamente. Nada de compras pela internet, nada de combinar encontros no facebook, nada de conversar no whatsapp, nada de praticar exercícios físicos por aplicativos no vídeo-game e principalmente nada de baixar filmes pela internet para ficar esparramado no sofá, com um pote de pipoca e uma garrafa de refrigerante, curtindo sozinho a beleza da 7ª arte pirata.
Viva o cinema! Viva a interação social! Viva a geração “locadora de vídeo”!

sábado, 16 de março de 2013

Poemas

INCOMPLETO

Meus pensamentos seguem e sem perceber passam sem serem retidos
As palavras imaculadas são corrompidas no papel
E o escrito não faz mais sentido
A frustração com o tempo é inevitável
O permanente nunca foi concreto
Só a ilusão satisfaz a expectativa

quinta-feira, 14 de março de 2013

Meu livro

Deixo também os dois primeiros paragrafos do meu livro.
(Só vou deixar esses dois, pois faz muito tempo que não pego nele e relendo me deu vontade de mudar muitas coisas).

Obs.: Sim, o livro é de vampiro, mas comecei a escreve-lo muito antes dessa febre desgraçada que esta acabando com a reputação dos vampiros clássico.

"Dizem que um grande amor dura para sempre, atravessando distância, tempo e até gerações, se isso é verdade? Só depende de você acreditar. Pela minha experiência posso dizer que é real, mas não é minha função fazer você acreditar nestas idéias imaturas e sonhadoras. Estou aqui apenas para dar esperança àqueles tolos e eternos amantes que esperam da vida mais do que ela pode dar e, também, a alegria sarcástica de confirmar a realidade daqueles que acreditam que a vida não passa de um sofrimento eterno e profundo. Caso você não se vê em nenhuma das duas descrições, espero que se divirta com a narrativa de minha insignificante vida.
Hoje, na década de 70, me chamo John Wooper Campbell, tenho 26 anos, 1.85m, moreno, moro em Hollywood, sou ator, remo, pulo, danço e boxo, sou um típico moço moderno, mas a minha história não começa aqui, por mais estranho que pareça ela começou há muito tempo atrás, mas precisamente em 1200 a.C. na Grécia. Não, eu não estou brincando e muito menos quero forçá-lo a acreditar em vidas passadas, pois não morri uma vez sequer, na verdade, pode-se dizer que morri apenas uma vez e renasci para uma nova 'vida'."

Dia da poesia

Hoje, dia da poesia, faço um post do poema que me inspirou a começar a escrever meu primeiro livro (ainda sem nome).

BALADA DE AMOR ATRAVÉS DAS IDADES

Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.

Virei soldado romano,
perseguidor de cristãos.
Na porta da catacumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado
e o leão comeu nós dois.

Depois fui pirata mouro,
flagelo da Tripolitânia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria de meu bergantim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal-da-cruz
e rasgou o peito a punhal...
Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)
fui cortesão de Versailles,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira...
Pulei muro de convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno,
remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
Eu, herói da Paramount,
Te abraço, beijo e casamos.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 13 de março de 2013

Lembranças

De noite, ao me encaminhar para cama com a intenção de curtir o breve momento que tenho sem me preocupar com o cotidiano, vejo depois de muito tempo a pilha de álbum fotográfico que sempre esteve ali e sem me conter levantei-me para realizar uma viagem ao passado. A partir desse momento todo o ar se transformou em nostalgia, saudades e lembranças.
À cada imagem congelada vi um curta-metragem do momento, cada roupa tida da moda (naquele século) uma risada de deboche, a cada pessoa desconhecida na foto um momento de reflexão, a cada amigo um olhar cativo de saudades, e nesse tufão de emoções a razão toma espaço tentando fazer comparações sobre o hoje e o ontem.
Ontem o tempo corria atrás de mim sem nunca me alcançar, os amigos eram de nascença, descobriram juntos comigo minhas fraquezas, meus defeitos, minhas qualidades, meus temores, meus amores, minhas alegrias, minhas tristezas, minha personalidade, conhecem-me por completo, pois sem conhecer a mim mesmo não tinha como me esconder ou fantasiar.
Hoje não sou mais criança, o tempo me alcançou e está me fazendo correr atrás dele por vingança, a paisagem mudou, os sentimentos mudaram, os objetivos mudaram, os temores mudaram, os amores mudaram, as alegrias são outras, as tristezas também, mas os amigos... aaah os amigos... esses só faço acumular, pois sei que apesar da distancia aqueles amigos que moldaram esse ser que vos fala sempre serão queridos e estarão presentes, assim como hoje que escutei seus chamados através das fotografias.
Mas a noite estava longe de terminar, movido pelo saudosismo fui atrás das cartas, cartões e bilhetes adquiridos durante minha vida. Isso sim é uma explosão de lembranças, a caligrafia, as gírias, os erros de português, os dramas que vivíamos, o carinho que expressávamos uns aos outros, as brigas, o companheirismo, os beijos, selinhos, abraços... cada pequeno e simples gesto me sufocava de emoções.
Hoje eu posso dizer sem receio que o meu ontem foi alegre, divertido e cheio de vida graças a vocês e sei que independente do que me aconteça no amanhã, vocês sempre estarão lá para alegrar, divertir e encher de vida o meu dia.
Depois de todo esse devaneio emocional, o tempo corria e eu ainda tinha que alcançá-lo, então mesmo sem sono fui obrigado, as 2 da manhã, à me entregar ao mundo dos sonhos e voltar a minha rotina.

terça-feira, 12 de março de 2013

Resenha - As crônicas de gelo e fogo: A guerra dos tronos (livro 1)

George R. R. Martin
As crônicas de gelo e fogo – A guerra dos tronos (livro 1)
Editora Leya
São Paulo, 2010 - 592 páginas
Idioma original: Inglês
Tradutor: Jorge Candeias

Depois do estrondoso sucesso do seriado baseado nessa saga literária que leva o mesmo nome, a épica aventura criada por George R. R. Martin se populariza e ganha o mundo. Com uma escrita bem descritiva e a criação de um mundo tão detalhado que mescla um pouco a era medieval com um mundo fantástico, hoje o escritor é comparado com o detalhista J. R. R. Tolken e com certeza o escritor americano não fica atrás do britânico.
A história se passa num mundo pós revolução e morte do tirano (e louco) rei dos 7 reinos da casa Targaryen e a estruturação de um novo reino de paz cujo comando esta na mão do forte e poderoso rei Robert da casa Baratheon. Entretanto outra casa gananciosa começa a tramar para ocupar o poder de comandar todos os reinos e a partir daí começa a verdadeira guerra dos tronos.
Todos os trâmites estão tão bem enlaçados e todos os acontecimentos têm uma importância enorme do desenvolver da história que fica difícil falar desta magnífica obra sem soltar algum spoiler, mas farei o máximo possível. Para não correr este risco tentarei não falar sobre a história em si (que me impressionou muito e tem assunto de sobra para se discutir, mas deixarei isso para discutir com meus amigos) e me aterei a estrutura, escrita e o modo como esse incrível escritor escolheu desenvolver sua história.
O mundo que George criou é realmente fantástico, através da descrição detalhada das paisagens, construções, cidades, vestimentas, o modo como os personagens se comportam, falam, cavalgam, a pouca idade com que os personagens entram a vida “adulta”... tudo isso faz com que nos transportemos facilmente para esse mundo que esta a espera do inverno.
A confirmação de que todos os personagens têm uma importância para a história é a forma com que o escritor escolheu dividir seus capítulos, cada um deles é contado do ponto de vista de um dos personagens da história, dando a chance de desenvolvê-los e assim o leitor passar a se identificar com cada um deles, facilitando também a memorização de cada um dos milhares de personagens que compõem a história. Essa estrutura ajudou também na melhor forma de contar uma determinada cena, como por exemplo, a guerra contada do ponto de vista de Catelyn ficou muito mais interessante do que pelo ponto de vista de Robb que estava na batalha, o que poderia tornar a descrição da luta um pouco maçante.
O primeiro livro já mostra a história se desenvolvendo em vários núcleos separados, mas de alguma forma o escritor consegue mostrar de uma maneira sutil que estão todos interligados, seja através de uma selvagem capturada ou um espião do outro lado do mar. E esses acontecimentos nos fazem ficar mais instigados com a leitura, sempre esperando o momento em que as histórias vão se esbarrar e se transformar em uma só. Em apenas uma grande e épica guerra.
Interessante ressaltar também o modo como é incrementado os personagens fantásticos (como gigantes, os Outros, os dragões, as magias...) na história. É contado de uma forma que acabamos aceitando todos esses seres mitológicos sem nem mesmo questionar-mos, quase chegando a acreditarmos que é possível viverem seres fantásticos no nosso mundo.
Com certeza este livro e escritor ganharam um lugar cativo na minha estante mais alta (ao lado de Senhor dos Anéis e A Torre Negra) e não espero a hora de ler os outros livros para ver o desenrolar de todos os personagens, tantos os meus favoritos, quantos os que detesto. Se você tiver um tempinho disponível na sua corrida rotina, dê uma chance a saga dAs Crônicas de Gelo e Fogo, mesmo lendo só umas 20 páginas por dia, seja paciente e saboreie em doses homeopáticas essa incrível história que com certeza se tornará um clássico.

P.S.: Apesar de não caber comentar isso na resenha, não poderia deixar de falar que o seriado dA Guerra dos Tronos é a adaptação de uma obra literária mais perfeita que já assisti.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Resenha - Swing: A vida real de uma praticante de troca de casais

Belle
Swing – A vida real de uma praticante de troca de casais
Matrix Editora
São Paulo, 2007 - 139 páginas
Idioma original: Português

Com a popularização do livro “50 Tons de Cinza” cada vez mais pessoas tem se interessado em ler esse tipo de literatura erótica. Entretanto o livro “Swing – a vida real de uma praticante de troca de casais” se destoa dos livros modinha que tem sido lançado ultimamente. Não sei por que as pessoas têm o costume de associar conteúdo erótico com sadomasoquismo, o que felizmente não é verdade e esse livro mostra que o erótico pode ser praticado sem as tapas, amarras, chicotes, couros e submissão que os livros do estilo da atualidade têm tentado vender.
“Swing – a vida real de uma praticante de troca de casais” é um livro autobiográfico escrito por uma mulher que se auto-intitula Belle, em homenagem ao filme francês Belle de Jour que conta a história de uma burguesa casada com um médico que as tardes ela vai trabalhar num bordel. O livro nada mais é do que o relato das suas próprias experiências sexual com seu parceiro chamado Leo (nome fictício).
A história começa com a batalha de Leo para conquistar o afeto de Belle até eles passarem a namorar, o que surpreende de uma maneira positiva, pois enquanto todos pensavam que iriam ler mais um livro que só falava de putaria, logo de cara se depara com um capitulo inteiro do momento da conquista entre o casal. A autora ainda foi inteligente em colocar trechos picantes de pegação entre eles no meio dessa narrativa pré-namoro, e assim conseguiu prender o leitor que queria ver mesmo o lado erótico do livro.
Depois desse começo diferenciado, Belle começa a contar suas experiências nas casas de troca de casais de São Paulo. Como foi a primeira vez que ela frequentou uma casa dessas com Leo, a primeira vez que fez sexo com mais de uma pessoa, a primeira vez que tem uma experiência lesbica, a primeira vez que fez anal com Leo...enfim, a partir do 2º capitulo até o final é uma sucessão de primeiras vezes.
A autora deixa sempre claro no livro que a intenção dela não é defender nem tentar fazer com que outras pessoas frequentem essas boates de troca de casais, ela quer apenas dividir com outras pessoas as suas experiências e tentar desmistificar alguns pré conceitos que existem sobre essa prática. No caso dela essa pratica fortalece a união do casal, mas isso não significa que acontecerá com outras pessoas, afinal cada um reage de uma forma diferente.
Um artifício que a autora tentou fazer até o final do livro, mas que na minha opinião não conseguiu, foi mostrar que no meio de tanto sexo não convencional tinha também o carinho, amor e ternura entre o casal. No começo isso funcionou perfeitamente, provavelmente por ainda estar bem recente a descrição do começo da história de amor deles, mas depois de um bom tempo só lendo sobre experiências sexuais de Belle, esse momento cândido nem passava mais na cabeça do leitor e apesar dela ficar o tempo todo falando da relação de amor, carinho e respeito deles, não foi possível manter o mesmo sentimento que existia no começo.
Dentre os livros do estilo que eu já li, esse foi um dos que mais gostei, entraria logo após “Luxúria - A Casa dos Budas Ditosos” e “A Garota que Só Pensava Naquilo”. Os pontos positivos do livro são: não ter submissão e sadomasoquismo no meio, a escrita ser bem excitante e o fato de ser uma história real deixou as cenas muito mais picantes do que seriam caso fosse uma história fictícia onde costumam exagerar muito nas descrições dos atos sexuais. Para quem gosta do estilo e para quem quer experimentar algo novo, recomendo!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Poemas

NEGRO BURACO NEGRO

Da luz tem-se a visão
Notar no quadro o ser
Observar no papel o pensamento
Assistir um movimento como todo
Simplesmente olhar e ver o iluminado
Ver a beleza das cores
Mas eu sou a ausêcia das belas
A presença do ser inconsciente e estático
O que é ser um breu no escuro?