Sim. Estão tentando eliminar os
homossexuais, controlá-los, catalogá-los, classificá-los, definir esta opção
como uma doença que corrompe, não o corpo, mas a alma, a dignidade e a moral,
como fizeram com os negros na época da escravidão, os pagão na inquisição e os
judeus na Segunda Guerra Mundial. Dizem que estão querendo ajudar, curar essa
“doença”, evitar que as pessoas se desviem dos caminhos designados por Deus
como o certo, o correto e principalmente, o único.
Defendem a liberdade de
expressão, a liberdade religiosa, a família tradicional e a vida, entretanto,
com a máxima compreensão que temos sobre a palavra paradoxo, eles estão
reprimindo a liberdade de expressão, o direito de escolha e o direito de se
expressar publicamente sem ser taxado como portador de uma grave doença. Mas do
que nunca estamos presenciando o verdadeiro significado na frase: “o direito de
um termina onde começa o do outro”.
Um fato engraçado (um triste engraçado
se isso for possível) é que mesmo todos reconhecendo as atrocidades que foram
causadas por Hitler, cujo até os alemãs sentem vergonha desse acontecimento
chegando ao ponto de “proibirem” falar sobre esse fato historio lá (o que acho
um exagero), hoje mesmo com toda essa compreensão sobre repressão e
preconceito, existem pessoas que pregam o mesmo que o carismático Sr.
Bigodinho. Só existem duas diferenças: 1º- hoje as pessoas não querem matar, "só"
repreender e disseminar o preconceito já a satisfazem; 2º- enquanto antigamente
seus motivos eram ditos baseados em fatos científicos, hoje justificam essa
afronta aos homossexuais em nome de Deus.
O que classifica essas pessoas
ditas seguidores dos caminhos de Deus superiores aos homossexuais? O que é pior,
manter numa sociedade um gay que é solidário, justo, digno, honrado ou um homem
que vai todos os finais de semana a igreja, diz seguir seus dogmas e todo mês
colabora financeiramente para com sua congregação, mas bate na esposa e filhos,
rouba, bebe, mente e é adúltero? Digam-me de que forma a opção sexual de uma
pessoa pode determinar a sua índole ou seu comportamento perante a sociedade?
Não costumo expor minhas opiniões
em público de maneira tão direta como estou fazendo agora, pois o que não falta
no mundo atual é gente para gladiarem virtualmente suas opiniões sobre
determinando tema. Não que não tenha opinião sobre os temas mais polêmicos que
tem assolado o mundo, mas sou mais discreto, exponho minhas opiniões para
aqueles realmente interessados em ouvi-la, entretanto li uma matéria ontem que
me deixou embasbacado com tamanho absurdo. Claro que poderia escrever uma crônica,
criar um poema ou até compor uma musica abordando o assunto como normalmente
faço, mas achei tão grotesca a idéia de uma “cura gay” que não ia ter estomago
para fazer algo mais lírico do que isso.
Na terça-feira passada (04/06/13)
foi reaberta uma assembléia para se discutir pela terceira vez a aprovação da
proposta feita pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
(CDHM) da Câmara para ser autorizado o tratamento psicológico ou a terapia para
alterar a orientação sexual dos homossexuais e esse processo esta sendo chamado
de “a cura gay”. Custo a acreditar que uma pessoa que se diz religiosa chegasse
a tal agressão. Se você não concorda, não acha certo, tudo
bem, essa é uma opinião sua e ninguém pode fazer nada sobre isso, e também não
vejo problema desde que essa opinião particular não se transforme em ações
preconceituosas. Assim como as pessoas de outras religiões respeitam a sua
escolha, espero que você respeite a opção sexual dos outros, mesmo sendo
contra.
O mais inacreditável dessa
história toda é ver que uma pessoa que esta num cargo publico representando os
direitos humanos e minorias tenta com tanto afinco descriminar uma parte da
população que já sofre com tanto preconceito. Como uma pessoa que tem voz para
falar representando milhares outras pode não discernir os preceitos de sua
religião com suas obrigações perante a sociedade? Será que ele não sabe que não
esta representando apenas os evangélicos e sim uma grande massa da população
que tem opiniões religiosas diversas? Será que uma pessoa que não esteja
disposta a compreender outros argumentos se não os da própria religião pode
estar exercendo um cargo tão representativo?
Chegamos a um extremismo tão
grande que quem concorda com a lei é fanático religioso e preconceituoso,
enquanto que as pessoas que são contra a aprovação dessa lei são gays. Não se
discute mais de maneira civilizada, não se fala, não se escuta, não ouvimos a nós
mesmo. Estamos completamente nus e surdos no breu e no desespero cada um
protege o que é do seu interesse e ignora o próximo.